Sinopse: Joana, uma adolescente de 14 anos, aparece para passar uma semana com o pai, Renato, um humorista que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza, interpretando a personagem Silvanelly. Apesar de mal se conhecerem, pai e filha terão que conviver, passando por novas experiências, que transformarão suas vidas profundamente. Com Lis Sutter, Demick Lopes, Jupyra Carvalho, Ana Luiza Rios e participação especial de Jesuíta Barbosa.

Mais um longa nacional que em breve estará nas telas do cinema, e é sempre um prazer escrever sobre filmes que se propõem a trazer temas mais comuns, mas com uma sensibilidade que nos prende. O diretor Pedro Diógenes me surpreendeu com uma fórmula simples e que me cativou muito. Seus personagens são comuns, como qualquer pessoa, mas trazem um carisma e uma narrativa muito interessante. 

A trama inicia com a chegada de Joana, uma adolescente típica, que mal conhece o pai, Renato, mas vai passar alguns dias com ele. A história tem como pano de fundo a vida noturna dele se apresentando como a personagem Silvanelly, em churrascarias, bares e casas noturnas. Visualizamos essa quase arte de rua o tempo todo, em vários detalhes, e isto nos aproxima do personagem de maneira gradual, vamos entendendo sua vida, suas lutas e a maneira como ele encara o próprio fracasso. O diretor humaniza muito os personagens, a ponto de nos enxergarmos neles em várias situações. 


As locações e os cenários escolhidos para figurarem o longa são cheias de detalhes, que contam a história de uma forma muito sutil, mas bem marcante, aqui eu realmente destaco a direção de arte. 

A sensibilidade para contar situações comuns, como o desconforto de um pai e uma filha que quase não se conhecem e vão dividir o mesmo apartamento por alguns dias, um homem que ainda sucumbi a própria sexualidade e se vê como alguém que não deu certo, artistas buscando sua visibilidade ao meio de um cenário que não os favorece, enfim, são vários contextos que são abordados de maneira sensível, mas que nos inundam de uma profundidade na medida certa. 


Demick Lopes está maravilhoso como o humorista Renato, ele carrega uma melancolia que nos deixa sensibilizados com cada cena, entendemos suas dores e seus motivos para se retrair e se esconder de alguma forma atrás da própria personagem que criou. 

Lis Sutter compensa a falta de profundidade em alguns momentos, com seu carisma em cena. É adorável acompanhá-la ir redescobrindo o amor à aquele pai. Esse crescimento da persoangem eu também destaco, pois realmente é cativante. 

Jesuíta Barbosa faz uma participação pequena na trama, mas muito especial, é impressionante como ele brilha em qualquer cena que está presente. Tem uma sensualidade que exala, e sua paixão pelo que faz fica evidente a todo momento. É pura arte! 


A Filha do Palhaço é um drama delicioso e cativante de assistir, a sensibilidade com que a narrativa é contada nos prende, nos apaixona e nos emociona. O diretor Pedro Diógenes nos apresenta de maneira formidável uma vida e história comum, e como o poder da arte e do amor pode transformar os indivíduos.  

Nota: ♥♥♥

A Filha do Palhaço
Gênero: Drama
Direção: Pedro Diógenes
Roteiro: Pedro Diógenes, Amanda Pontes, Michelline Helena
Duração: 1h 44m
Lançamento: 30 de maio