Um casamento que parecia ser de sonho, mas uma lua de mel que virou uma tragédia.

Sobre o programa: Lua de Mel Mortal (intitulada originalmente como Anni: The Honeymoon Murder) é uma série documental do ID que teve sua estreia mundial em 2021. 

Sinopse: “Lua de Mel Fatal” conta a história de Anni Dewani e Shrien Dewani, um casal de origem indiana, recém-casado, que decidiu passar sua lua-de-mel na Cidade do Cabo (África do Sul), em 2010, mas o destino após a cerimónia de casamento transforma-se em um ponto de mudança na vida dos dois.

Com quatro episódios de quase uma hora, a série documental levanta questões, mostra depoimentos de familiares, investigadores e até mesmo de alguns acusados do crime. Também é exposto imagens reais das câmeras de vídeo da vigilância do hotel onde o casal estava hospedado, numa tentativa de trazer um novo olhar para este caso que chocou o mundo inteiro e fez o público discutir quem estava falando a verdade sobre o homicídio que trouxe uma visibilidade bem discutível a todo um país que ainda comemorava o sucesso de uma Copa do Mundo realizada com sucesso. 

Opinião: A série mostra várias informações sobre o caso, e traz à tona uma investigação desesperada, que estava tão fixada em apontar um culpado para encerrar o caso que já tinha tomado proporções internacionais, que acabou não se atendo a detalhes importantes, e definiu de forma decepcionante  tanto para os familiares da vítima, como também para todo um país que aguardava ansiosamente um desfecho de punição. Com as falhas no processo acusatório, e na investigação, se quer foi possível ouvir no julgamento o maior suspeito do crime: o marido Shrien Dewani. Que além de não precisar depor, saiu como um homem inocente, deixando para trás um mar de dúvidas sem respostas. Frustrante assistir a cada episódio e ter a certeza que Shrien Dewani seria condenado, e ver as provas se perderem a cada falha dos promotores e dos investigadores que por darem certo o caso como resolvido, não se atentaram a detalhes importantes e que definiram todo o caso a favor do acusado. 

A investigação apontava que Shrien Dewani era homossexual, e tenha encomendado o crime para tentar escapar do casamento. Durante o julgamento, sua defesa assumiu que ele era bissexual, e esse foi um dos maiores motivos para a promotoria ter seu caso enfraquecido, hoje ele assumiu um relacionamento homoafetivo e vive como um homem livre. 

É frustrante um caso que parecia ser tão fácil ter se perdido desta maneira, a cada episódio a frustração vai tomando conta do telespectador, pois pouco a pouco vemos tudo indo por água abaixo, principalmente após o depoimento de um dos acusados que foi um desastre em vista a falta de certeza e clareza dele diante dos acontecimentos que ele mesmo tinha informado assim que foi preso, causando sua total descredibilidade diante do juiz. Um caos. 

O resultado foi os dois assassinos que tiraram a vida de Anni presos, o motorista de taxi que supostamente foi contratado para levar o casal para o passeio mortal também preso, e o facilitador, que trabalhava no hotel onde o casal se hospedava, que supostamente fez o encontro do taxista com os assassinos, devido sua cooperação após um acordo, não foi indiciado, e o marido saindo pela porta da frente como um homem inocente. 

A série poderia ser mais dinâmica, em alguns momentos ela fica bem repetitiva, mas diante de um caso midiático como este, ela acaba sendo bem esclarecedora sobre os fatos, mesmo que a resolução seja triste e revoltante.